Amazônia: o que acontece se o desmate seguir o ritmo atual


Nexo, Mariana Vick em 16/10/2022
Amazônia
Ambiente
Internacional
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O desmatamento na Amazônia bateu um recorde de 15 anos em 2021. Segundo dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), órgão do governo federal que monitora a floresta, 13.235 km² da Amazônia brasileira foram derrubados entre agosto de 2020 e julho de 2021. A área, semelhante à da Irlanda do Norte, é a maior desde 2006.

O desmatamento nesse ritmo tem diferentes impactos ambientais. Com o aumento da perda florestal, a Amazônia pode chegar ao que cientistas chamam de ponto de não retorno, situação em que a floresta se degrada a tal ponto que não tem mais capacidade de se regenerar, caminhando em direção a um processo de savanização.

Esse fenômeno também tem impactos para o regime de chuvas no Brasil. A Amazônia é responsável por grande parte da água que chega às demais regiões do país por meio dos chamados rios voadores (cursos d’água atmosféricos que carregam a umidade gerada na floresta e depois viram chuva). Segundo cientistas, o aumento do período seco nos últimos anos em regiões como o Sudeste e o Centro-Oeste é resultado de mudanças na Amazônia.