Boom’ do açaí: entenda embate entre benefício econômico para produtores e ameaça à Amazônia


France Press, em 29/08/2023
Amazônia
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Sob o sol rigoroso do verão amazônico, José Diogo escala rapidamente uma palmeira e corta um cacho de frutas pretas: está começando a colheita do açaí, sustento de sua comunidade quilombola.
O homem de 41 anos raspa um cacho enquanto os frutos caem em um cesto. Ele conta que em um dia bom, consegue encher 25 desses recipientes de 14 kg, que vende de 12 a 25 reais cada. O ‘boom’ desta fruta beneficiou economicamente os produtores tradicionais da Amazônia, mas, ao mesmo tempo, ameaçou a biodiversidade da floresta tropical, devido ao aumento da monocultura.
A cidade rural onde Diogo trabalha é Igarapé São João – 120 quilômetros ao sul de Belém – que fica no município de Abaetetuba – quinta maior população quilombola do Brasil – e é um importante polo de açaí no Pará, estado que concentra mais de 90% da produção brasileira desta fruta, já que a região é marcada por planície inundável, onde o açaí cresce naturalmente.

Os intermediários compram as frutas da comunidade e as levam de barco até Belém para vendê-las até, no máximo, o dia seguinte, no centenário mercado Ver-o-peso, evitando que estraguem.


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