Capital estrangeiro empodera frigoríficos do Brasil e ajuda a desmatar a Amazônia


em 25/07/2022
Amazônia
Ambiente
Comércio
Internacional
Nacional

O avanço da pecuária representa 70% do desmatamento da Amazônia. No primeiro semestre de 2022, segundo dados do Deter/Inpe, 3.987 km² de floresta foram perdidos – número mais alto para o período desde 2016. Não por acaso, desde o início dos anos 2000, o maior crescimento de frigoríficos e rebanhos de gado no Brasil aconteceu na Amazônia Legal.

Contudo, fora dos círculos financeiros, pouco se fala sobre o papel que o capital internacional, particularmente dos Estados Unidos, desempenha na destruição da Amazônia por meio de seus investimentos no setor de carne bovina do Brasil.

Atualmente, o capital estrangeiro – na forma de participações, empréstimos e compra de títulos – supera o capital brasileiro na JBS, Marfrig e Minerva, maiores frigoríficos do país. Com ajuda desses investidores estrangeiros o Brasil se tornou o segundo maior produtor mundial de carne bovina e seu principal exportador.

Isso significa que muitos trabalhadores assalariados fora do Brasil estão ajudando a alimentar o desmatamento da Amazônia por meio de seus investimentos indiretos nessas empresas. A Minerva, por exemplo, lista bombeiros de Los Angeles, funcionários públicos dos estados da Califórnia e Ohio, trabalhadores ferroviários dos EUA e professores de Illinois entre seus acionistas. É bem provável que esses trabalhadores não tenham ideia que seus respectivos fundos de pensão estão investidos em uma empresa cúmplice do desmatamento.


Este conteúdo é de acesso livre