Fazendas podem lucrar mais com floresta viva por meio da geração de crédito de carbono


Valor Econômico, Daniela Chiaretti em 21/09/2022
Amazônia
Ambiente
Comércio
Internacional
Nacional

De janeiro a agosto já foram desmatados quase 8 mil km² de florestas na Amazônia, o pior número em 15 anos, segundo o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), membro do OCAA. Ameaças como essas são vistas diariamente em propriedades públicas e privadas da região.

Desde 2019, após ter duas de suas fazendas invadidas para extreção de madeira ilegal e grilagem de terras, o empresário e pecuarista Ricardo Gontijo decidiu investir na manutenção da mata nativa em suas terras e, assim, adentrar no mercado voluntário de carbono. Segundo o pecuarista, a mata em suas propriedades passará a valer mais que a produção de sua fazenda.

Hoje, um crédito de carbono, que equivale a uma tonelada de dióxido de carbono evitada, é negociado no mercado voluntário entre US$ 10 a US$ 12. Em países mais maduros na temática, como os europeus, já há título sendo comprado por US$ 15, caso de projetos de alta qualidade e benefícios secundários, como os do selo Clima, Comunidade e Biodiversidade (CCB), que geram impacto social e ambiental.

De acordo com o Ecossystem Marketplace, o mercado voluntário de créditos de carbono quadruplicou em 2021, chegando a quase US$ 2 bilhões no mundo. A estimativa da consultoria McKinsey é que ele atinja US$ 50 bilhões em 2030.


Acesso ao conteúdo pode requerer cadastro ou inscrição paga