Cana-de-açúcar brasileira amarga negociações comerciais UE-Mercosul


Este artigo examina as mudanças no uso da terra no Brasil e as emissões de gases de efeito estufa associadas, decorrentes de uma política de importação de etanol conduzida pela UE e projeções para outros 13 biocommodities. Os resultados sugerem que a cana-de-açúcar do Brasil poderia satisfazer a demanda crescente de etanol e cumprir os critérios ambientais da UE, uma vez que quase toda a expansão de cana-de-açúcar deve ocorrer em pastagens já estabelecidas no Sul e Centro-Oeste.

No entanto, a expansão da cana-de-açúcar também é impulsionada pela competição por terras viáveis com outras commodities relevantes, principalmente soja e carne bovina. Como resultado, as tendências de desmatamento nos biomas Amazônia e Cerrado ligadas à produção de soja e carne podem prejudicar a contribuição do Brasil para o acordo de Paris com um adicional de 1 ± 0,3 bilhões de toneladas de CO2 e acima de sua meta do Primeiro NDC até 2030. Negociações comerciais com foco estreito em uma única mercadoria poderia, portanto, arriscar resultados insustentáveis, exigindo benchmarks de sustentabilidade sistêmica, caso o negócio fosse ratificado.


Este conteúdo é de acesso livre