O presidente Lula (PT) tem levado o acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia aos holofotes frequentemente desde que voltou à Presidência. Ele insiste que quer assinar o pacto, que já se arrasta há mais de 20 anos, mas repete em seus discursos três principais pontos de resistência.
O petista critica o que chama de “ameaças de sanção” pelo bloco europeu, termos desiguais que levariam o Brasil a ser apenas um “exportador de matérias-primas” e ainda a abertura das licitações públicas a empresas estrangeiras, itens que a seu ver tornam o texto “impossível de ser aceito”.
(…) Pedro da Motta Veiga, diretor do CINDES e membro do Observatório de Comércio e Ambiente da Amazônia (OCAA), acredita, porém, que a proposta da UE é praxe no continente e é mais leve do que parece: “A carta repete artigos do Acordo de Paris, por exemplo, e no final traz um box que propõe que, no futuro, os países sentem para discutir a eventual possibilidade de se prever sanções, sem usar essa palavra”.
Ainda assim, o governo brasileiro considerou a proposta uma forma de imposição. “Um parceiro comercial não pode impor condições: ‘Se você não fizer tal coisa vou te punir, se você não cumprir o acordo de Paris vou te punir’. Acontece que os países ricos não cumprem nenhum dos acordos”, declarou Lula em live na terça.
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